01 janeiro, 2002

A minha pintura...

A pintura para mim é uma terapia. Comecei na escola no 11º ano, onde foi pedido um trabalho de pintura. Foi nessa altura que começou uma das minhas paixões, que tenho vindo a desenvolver. Essa pintura é a primeira fotografia, que é um jogo de preto e branco, onde se olharmos bem vimos um chafariz de jardim, ou melhor um bebedouro.



Depois passei por vários estilos, até encontrar um com que me identificasse.



E encontrei. O tema de pintura com que mais me identifico são as formas geométricas. O primeiro quadro que fiz com este tema foi inspirado no famoso quadro de Picasso "le Mademoiselles di Avignon".



Com o segundo quadro de cima e o de baixo, concorri a um concurso de jovens pintores organizado pela Fidelidade Mundial, mas acabei por não ter sido seleccionado com nenhum prémio. Neste momento estou a acabar um quadro, que vos irei mostrar mais tarde.



Também tenho um quadro encomendado, para entrega em Novembro 2005.

Cor...

"A cor é uma característica da luz. Sem luz a cor não existe.

As cores primárias
não podem ser decompostas, nem obtidas por mistura, estas são três: vermelho magenta, amarelo e azul cyan
.
As cores secundárias são obtidas através da mistura das cores primárias em partes iguais:

azul + amarelo = verde
azul + vermelho = violeta
vermelho + amarelo = laranja

As cores terciárias resultam da combinação das cores vizinhas no círculo cromático.

A cor tem a capacidade de desencadear e provocar alterações nas pessoas, bem como aumentar ou reduzir espaços. A cor constrói os volumes e corrige eventuais deficiências das superfícies, sendo, também uma boa solução para resolver alguns problemas de espaço.

  • Tecto baixo - É possível dar impressão de altura com paredes sem frisos, pintadas com um único tom. As linhas verticais poderão dar uma ajuda ou ainda com um pavimento e um tecto de cores claras.
  • Tecto alto - A altura pode ser corrigida se o pavimento for escuro, se o tecto for de uma cor sombra ou ainda se os cortinados ou os papéis de parede não tiverem motivos verticais.
  • Divisão pequena - O pavimento deverá ser composto por uma única superfície de cor clara, as paredes deverão ser claras, sem revestimentos com motivos grandes, que diminuem a superfície; um grande espelho, estrategicamente colocado, aumentará, através dos reflexos, o volume do local, fazendo, também, aumentar a claridade.
Atribui-se habitualmente à cor uma função meramente decorativa, no entanto estudos médicos e científicos demonstram que estamos perante uma estimulação sensorial que possuí infinitas aplicações de carácter comercial.
As cores transmitem sensações, activam áreas distintas do cérebro.
A cor é uma das chaves mestras da comunicação. Atribui-se habitualmente à cor uma função meramente decorativa, no entanto estudos médicos e científicos demonstram que estamos perante uma estimulação sensorial que possuí infinitas aplicações de carácter comercial
."

Campo Visual...

Por campo visual entende-se todo o espaço visível por um observador que é delimitado normalmente por ângulo de 20º a 30º para cima e para baixo do plano horizontal que passa pelos olhos do observador.
Daqui se depreende que o objecto a observar (montras, cartaz, tabuleta, painel, etc.), pode situar-se mais acima ou mais abaixo do plano que passe pelos olhos do observador, consoante a distância a que este se encontre.
A colocação de um cartaz, de um anúncio luminoso ou não, deve atender ao campo de visibilidade do observador de modo a evitar movimentos incómodos.
Os movimentos dos olhos que excedem um ângulo de 20º a 30º acima ou abaixo de um plano horizontal que passe pela pupila do observador (campo de visibilidade) são incomodativos e portanto, devem ser evitados.
O olho humano tem capacidade para apreender várias zonas simultaneamente, mas nem todas com a mesma nitidez.


O ser humano, dirige o olhar sempre da mesma forma ao observar uma montra: da esquerda para a direita e de cima para baixo. O ponto focal de uma montra, portanto, está baseado nessas condições e divide a área (a cada 1,5 m no caso de vitrinas grandes) nos pontos onde há mais concentração de atenção por parte do observador. No caso de vitrinas com mais de 1m de comprimento, é importante manter a coerência em todo conjunto, apesar dos diversos pontos focais.

Montra...

"Montra, Mostruário envidraçado onde se expõem artigos à venda; vitrina. Vão de janela ou porta onde se faz exposição de artigo." (Lello Universal)
Uma montra deve ser considerada como o espaço reservado à exposição dos produtos de um estabelecimento comercial, dispostos de forma ordenada e criativa.
A montra é o cartão de apresentação de uma loja. Uma montra apelativa insentiva o cliente a ver o seu interior.
A montra é intermediária entre o interior e o exterior, o quer dizer que, o que se mostra numa montra, é o que cativa o cliente a entrar e a comprar.
A primeira limitação com que se depara a maioria das vezes é a pouca ou demasiada amplitude dos espaços. As montras pequenas são naturalmente mais limitadas.
Resulta uma montra mais espaçosa em termos visuais se for aberta a parte de trás. De qualquer forma, perante montras pequenas, será aconselhável mudar a decoração com maior frequência e deversificar a exposição de mercadorias em lugar de as amontoarmos de uma só vez.
A primeira impressão colhida por um consumidor situa-se ao nível da retina. Daí a necessidade de se ter que estudar com cuidado a exposição de cada tipo de produto, tendo em consideração as características psicológicas do eventual comprador.

História da Montra...

Mostrar, expor, comunicar visualmente, enfim, foram e ainda são formas de atrair, criando assim um primeiro vínculo entre vendedor e comprador em potencial. Aquilo que entendemos hoje por montra nasceu dessa necessidade, a atracção.

Os Fenícios foram os primeiros a manterem comércio com outros povos. Mais tarde, mercadores árabes e judeus passaram a percorrer as cidades, oferecendo artigos como especiarias e tecidos. Conhecidos como mascates introduziram inovações que hoje, são vistas como traços marcantes do comércio popular, redefiniram as condições de lucro e introduziram as práticas da alta rotatividade e alta quantidade de mercadorias vendidas, das promoções e das liquidações. Estas inovações revelam o interesse pelo consumidor. Conforme acumulavam os ganhos, os mascates contratavam um ajudante ou compravam uma carroça, o passo seguinte era estabelecer uma casa comercial, sendo o último passo a indústria.

Nos seus primórdios, o comércio era feito em feiras, sendo basicamente uma actividade de trocas. Com o aperfeiçoamento dessa actividade, apareceram as lojas e posteriormente os grandes comércios, como os mercados do Império Romano.

Um dos mais grandiosos exemplos desses estabelecimentos foi o Mercado de Trajano, construído no séc. I, pelo arquitecto Apollodoro Damas. Este foi, na realidade, o primeiro "shopping center" da história. Localizado entre as colinas do Quirinal e do Capitólio, compreendida um conjunto de estabelecimentos, distribuídos em cinco andares. No térreo vendiam-se jóias, flores, frutas, facas e armas; no primeiro andar, vinho e óleo; no segundo e terceiro, os artigos das colónias, como especiarias, temperos e tecidos; no quarto, ficavam os escritórios públicos; e no quinto, peixes e crustáceos, em viveiros de água doce e do mar, totalizando cento e cinquenta lojas.

Em Óstia, na época do imperador Claudius, mercadores, artesãos e comerciantes, que constituíam uma classe média emergente, procuravam atrair a clientela expondo as mercadorias em prateleiras, oferecendo ao comprador a possibilidade de escolhê-las sentado. A loja era uma sala rectangular, no andar térreo; no fundo dela, havia uma escada que levava ao mezanino, onde o lojista morava. Pinturas e desenhos de Pompéia, no século III, mostram padarias onde o vendedor ficava atrás do balcão e os pães eram expostos na parede do fundo do estabelecimento.

No período compreendido entre a decadência do Império Romano e a Idade Média, as lojas desapareceram, passando o comércio a ser feito, então, somente nas feiras.

As corporações dos artesãos, surgidas aproximadamente no séc. XIII, abriram espaço à utilização de símbolos ou insígnias, feito em ferro batido, que colocados nas portas, permitiam um fácil reconhecimento por parte dos clientes. Esta foi a primeira preocupação em indicar a existência de um estabelecimento comercial. Esses símbolos ou insígnias foram um passo até ao que é hoje o reclame luminoso.

As feiras eram feitas em pontes, praças ou determinadas ruas, criando áreas de comércio especializado, como era o caso da Ponte Vecchio, em Florença, que reunia os joalheiros e artesãos famosos dessa cidade. Com o passar do tempo, resolveram instalar-se sobre a ponte, ao contrário de usá-la unicamente como lugar de comércio; moravam, trabalhavam e vendiam sobre ela, procurando, além de expor suas mercadorias, sobressair-se por causa da concorrência, criando assim uma forma de montra.
Até final do séc. XVII, as lojas tinham fachadas abertas e é com a Revolução Industrial, ocorrida inicialmente na Inglaterra, em meados do séc. XVIII, que se mudam os conceitos e começam a aparecer lojas semelhantes às actuais. Na Holanda por essa época, surgem as primeiras montras para exibir mercadorias. Aparecem também os manequins com uma silhueta com membros. Mas ainda muito longe dos manequins que conhecemos.

Tanto o vidro como os caixilhos em ferro, passam a ser usados na construção de estabelecimentos comerciais.

A partir do séc. XVIII, quando as lojas eram comuns por toda a Europa, a palavra montra começou a entrar em uso, juntamente com "decoração". A palavra "decorative" apareceu em torno de 1790, na Inglaterra, usada pela famosa marca de porcelana fina Wedge-Woodd, que especificava seus objectos, feitos somente a mão, como "hand made decorative China", pois nessa época existiam louças feitas industrialmente.

Foi no séc. XIX que apareceram as grandes lojas na Europa.

Em França, entre 1800 e 1850, já existiam lojas por toda parte e o seu visual dependia da clientes.

Um fenómeno tipicamente europeu, ainda no séc. XIX, é o aparecimento das galerias. As galerias eram estruturas em forma de arcadas, geralmente cobertas por armações de metal e vidro. A cobertura permitida a entrada de luz e protegia as pessoas do sol e da chuva. No seu interior encontravam-se além das lojas, escritórios, consultórios, oficinas e residências. O acesso a estas era apenas para peões, afastando assim o inconveniente do trânsito. Entre as mais belas galerias do mundo, ainda em funcionamento estão a Vitório Emanuelli II, em Milão, a Humberto I, em Nápoles, e a Piccadilly Arcade, em Londres.

No séc. XIX, existiam lojas por todo o mundo ocidental, normalmente sem apresentar grande estilo. Pode dizer-se que, na Europa e nos Estados Unidos, as lojas de certo nível queriam mostrar abundância e riqueza. O estilo vitoriano domina a moda, por isso elas eram, em geral, revestidas de madeira entalhada, cheias de cortinas e drapeados e a exposição dos artigos era um desfile de tudo que existia no seu interior.
Foi também nesse período que o vidro começou a ser utilizado como divisória entre a rua e o público. Os primeiros manequins de cera apareceram por volta de 1890, usando unhas postiças, cabelos naturais e olhos de esmalte. O maior problema na sua utilização era o peso de quase 100kg, com o grave defeito de derreterem no verão e racharem no inverno europeu. Na mesma época surgiu outra inovação, os manequins de arame que seriam utilizados com frequência.
O primeiro grande nome do desenvolvimento dos manequins foi o professor Lavigne, maestro do atelier da corte da Imperatriz Eugene. Ele foi quem colocou o busto no manequim patenteando com o seu nome, foi uma inovação de grande utilidade que foi premiado na exposição do comércio e da indústria de 1849. Lavigne foi o fundador de uma casa de manequins famosa no seu tempo. O modelo criado por Lavigne é semelhante ao de alfaiate.

Nessa época, sendo indecente despir e vestir um manequim à vista de todos, tapavam-se as montras com papel, o que até hoje é usado, tendo-se porém o intuito de provocar maior impacto com a surpresa.

Se até o início do séc. XX as mercadorias eram empilhadas, a partir de 1920, com o desenvolvimento do desenho e aperfeiçoamento do estilo, limparam-se as lojas e montras, melhorando assim a sua apresentação. Na "Exposition d’Art Decoratives à Paris-1925", apareceram manequins mais estilizados e cinco anos mais tarde, os realizados em "papier-maché", resolvendo muitos problemas, principalmente o do peso.

A partir de 1930, começou realmente a pesquisa sobre montras e o estudo do detalhe e da estética. Isto deu-se principalmente devido à crise económica e portanto, à concorrência, pois apareceram duas classes: uma abastada, que queria novidades e outra, que só saboreava com os olhos o que não podia usufruir. A década de 40 foi mais inovadora nos Estados Unidos, pois a Europa estava em guerra e não podia ter gastos supérfluos. As portas, porém, estavam abertas e a montra era fundamental. Nessa década, foram muito usadas montras confeccionadas em papel. Eram verdadeiras obras recortadas, montadas e esculpidas em simples papel branco, com linhas abstractas, devido aos poucos recursos e à escassez de produtos, mas, com muita imaginação e criatividade.

A partir de 1950, tudo mudou. Primeiro apareceram manequins de fibra, plástico e arame, para logo serem substituídos por outros, flexíveis e coloridos, permitindo um visual cada vez mais arrojado. Gene Moore, em 1950, criava o primeiro manequim sorridente para Bonwit Teller.
Pode-se dizer que, no séc. XX, a loja, que no tempo dos romanos era também um "habitat" do comerciante, torna-se um grande teatro, com fachada, montra e entrada. A acção principal passa a ser comprar, aliada às de distrair e passear...

Aos poucos os comerciantes compreenderam que o manequim deveria vender o que exibia.
Os artesões esforçavam-se por aperfeiçoar o manequim, levando em conta os costumes e gostos da época, com condições de austeridade, onde nem mesmo uma simples boneca poderia exibir o corpo.
O aperfeiçoamento porém limita-se aos aspectos visíveis, como cabeça e mãos, o resto continuava com a sua estrutura primitiva. Mas os aperfeiçoamentos do que poderia ser visto continuou até o fim do séc. XX....

INTRODUÇÃO ao VITRINISMO

No final de 2004 tirei um mini curso de vitrinismo na Fundação Ricardo Espírito Santo, onde aprendi algumas noções sobre o tema. Na internet fiz e ainda faço pesquisas sobre o tema, o que se torma algo complicado porque em Portugal é quase inexistente encontrar material, livros, lojas.
Agora vou convosco partilhar algumas noções sobre vitrinismo.